Até a sexta-feira da próxima semana, 5 de agosto, quando termina o prazo para realização das convenções partidárias, os dias e noites dos chamados articuladores políticos serão cheios de idas e vindas, adrenalina, jogo de cintura e, sobretudo, muita conversa. Na guerra pelo apoio seja deste ou daquele partido, de beltrano ou fulano, muita coisa pode acontecer. Nomes podem ser trocados, quem era inimigo pode virar “amigo” e quem estava “dentro” pode ficar fora da disputa de outubro.
Siglas antagônicas, que nunca se misturaram em disputas eleitorais, podem dar as mãos e caminhar juntas feito um casal apaixonado no corredor de um shopping center. Essa, inclusive, é a mais nova estratégia adotada “em nome da democracia”. Parece confuso, mas é verdade. Óleo e águam podem se misturar não em nome do bem comum, mas exclusivamente para defender os interesses de determinados grupos que podem sucumbir nestas eleições. Um matuto interiorano já apontaria o dedo “é tudo farinha do mesmo saco”. O sabichão da política retrucaria “é pela sobrevivência democrática e em favor de um projeto maior”.
No jogo do poder as decisões cruciais geralmente são tomadas e/ou acertadas depois dos 45 do segundo tempo. O burburinho começa bem antes, com acenos, aproximação, distanciamento, retaliação ou convergência. Faz parte deste universo tão fascinante quanto repugnante. Porém, tudo pode mudar feito nuvens no céu que estão em movimento constante. O que não muda é o jeito em que as costuras são realizadas. Via de regra são em reuniões restritas e com intensa articulação das partes interessadas que as decisões são tomadas, maquiadas e embaladas para finalmente ser entregues na convenção. Aguardemos os próximos capítulos do folhetim político!
Rodrigo Augusto Borges, é jornalista
