Ecobarreira no Rio Meia Ponte

Eu passo a contar a partir de agora, a história da única eco-barreira em um rios goianos. Já é antigo um sonho que tenho, e que graças a Deus e a vários parceiros, foi realizado no início de outubro de 2020 . O sonho era lançar uma eco-barreira flutuante, no rio que faz parte da minha vida há 54 anos. Me refiro ao velho e poluído rio meia ponte. Pesquei nele nos anos de 1970, mas de lá para cá, foi sendo castigado pela poluição industrial, residencial, hospitalar, comercial e agrícola. Desde sua nascente na serra dos Brandões, há 1.000 metros de altitude no município de Itauçu, até desaguar no rio Paranaíba após percorrer 472 km, a agressão, o descaso e o abandono, deixou esse recurso hídrico fétido, feio, turvo e mais próximo a um esgoto, do que propriamente a um rio. Nossa capital depende das suas águas para seu abastecimento, lavouras são irrigadas, animais matam sua sede em propriedades rurais, todavia nem a população, nem as autoridades mudam a péssima imagem do nosso rio, até mesmo porque não mudam a sua postura. A eco-barreira, deve mudar essa tendência pejorativa, ela consiste em uma barreira de quase 30 metros de extensão, com 50 galões de 50 litros (bombonas), presos a uma enorme rede de pesca e telas de proteção de sacada de edifícios. Tal barreira está recebendo muito papel, plástico, vidro, isopor, eletrodomésticos, utensílios do lar, animais mortos e tudo que for jogado no rio. A engenhoca, está localizada do lado direito da ponte sobre o rio meia ponte, na avenida cerâmica no jardim novo mundo/vila Califórnia, no limite do município de Goiânia com Senador Canedo. Todo material recolhido, está sendo doado para uma cooperativa/família de catadores de lixo e recicladores sediados ali nas proximidades. E esta é apenas a primeira de várias eco-barreiras em rios goianos. Agradeço a E - ALCAT, base escoteira de pesquisa, Cargill, guardiões do meia ponte, Macena tecnologia solar e tantas outras pessoas que me ajudaram a tirar do papel esse projeto. É de fundamental importância, que este belo projeto, sirva para que nossa comunidade veja que, se cada um fizer a sua parte, poderemos ter rios mais limpos, saudáveis, com
peixes, e gerando emprego direto e indireto para a população ribeirinha, aliás, falar em população ribeirinha, tratando-se de rio meia ponte, pode parecer uma realidade muito distante, entretanto, se os dejetos, não forem mais jogados nos rios, afluentes, sub afluentes, córregos, riachos, ribeirões, olhos d'água, brotos d'água e mananciais de uma maneira geral, esses cursos d'água, vão naturalmente se reconstituindo por si só de forma natural. A natureza é sábia, inteligente, independente e alto suficiente. De forma silenciosa, contínua e progressiva, os rios vão ficar limpo, cabe a nós, agentes antrópicos, mantê-los límpidos.

Márcio Manoel Ferreira - Ambientalista - marciogeografia@hotmail.com.

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